segunda-feira, 4 de abril de 2016

E tu? Tens medo do quê?

Eu confesso... Tenho medo de falhar. Tenho medo de desiludir. Tenho medo de desistir. Medo de continuar a sofrer. Medo de crescer. De evoluir... De ser quem sou e como sou. Medo de me entregar, de me enganar, de falar, de amar. De me deixar ir, de cometer erros, de ter de chorar. De me defender. De não resistir. De perder. De arriscar... Medo de ter de deixar certas coisas para trás...
Tenho medo de fazer as coisas que quero, porque sair da minha zona de conforto não é aquilo que mais faço. E eu tenho de parar de dizer "não" a tudo. Porque há coisas que quero mas que não tenho porque não consigo arriscar. As vezes que eu já disse que ia parar de ter medo e arriscar...! As vezes que eu já tentei enfrentar as coisas...! As vezes que eu jurei a mim mesma, talvez até aos outros, que era desta vez que ia ser...! Mas eu pareço uma criança assustada na noite de Halloween a ver todos aqueles monstros sem entender o porquê. Também tenho medo, mas os meus fantasmas e monstros são um bocadinho mais reais. 
É fácil reagir sem pensar nas consequências... Também é fácil pensar demais e não reagir. Eu sou metade-metade: reajo quando devia pensar e vice-versa. Às vezes dá aquela vontade louca de fazer algo apenas por instinto, e quase que arrisco. Mas penso sempre mais nas consequências e não consigo aproveitar aquela adrenalina que em tempos sentia. Houve tempos em que sentia que não tinha medo de nada, estava sempre pronta para arriscar mais um bocadinho para lá do limite, algo que dava sempre aquela vibração pelo corpo... Será que pensar demais é crescer? Envelheci e já não me sinto disposta a correr riscos e a sair da minha zona de conforto (que cada vez fica mais pequena)? Não... Acho que me fui deixando afundar e levar pelo medo... E pela rotina... Deixei a espontaneidade para trás e nem me apercebi. E agora, sinto falta de tudo isso. Tenho medo de voltar a sentir essa adrenalina, mas tenho ainda mais medo de não voltar a sentir nada disso. Tenho medo que o tempo passe e eu fique sempre assim: receosa com tudo, e sem aproveitar as coisas... São poucas as pessoas e as coisas que me fazem perder este medo e me fazem arriscar. Quero estar com essas pessoas que me fazem sentir livre, quero ser louca e sentir adrenalina com elas. Quero poder gritar à noite de uma janela. Quero estar disposta a arriscar mais. Quero sentir aquela "vibe" de passar por doida por fazer algo estúpido e não me importar. Quero beber, quero sentir. Quero fazer como fazia antes... E sentir aquilo que não sei explicar bem o que é...
Mas depois disto, continuo com medo... Medo até de publicar isto porque é demasiada fraqueza num só texto... Mas vale a pena enfrentar os nossos medos, certo? Há que começar por algum lado.

E tu? Tens medo do quê?

2 comentários:

  1. Engraçado como os teus textos que falam de ti do que pensas e vives e parecem espalhecer exatamente uma replica do que penso e vivo. Mas acho que o maior medo e que nos prende mais e desiludir quem mais amamos e aos olhos deles nunca crescermos enquanto pessoas. #M.P.

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    1. A única razão pela qual ainda cá publico textos são as pessoas que me vêm dizer que se sentem como eu e que entendem aquilo que eu digo nos meus textos... Algo que elas não conseguem expressar, e que nos meus textos encontram uma "quase" explicação... Apesar do medo, temos de continuar, não é? Temos de lhes mostrar que afinal até já crescemos...

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