segunda-feira, 25 de maio de 2015

Memories... Ouch!

Porque é que só me apetece escrever de madrugada? Estudos demonstram que o cérebro está mais ativo à noite do que de dia... Eu até concordo, mas continuo a defender a ideia de que é porque a madrugada me lembra de ti e das vezes em que falamos sobre tudo e nada, sobre nós, sobre os nossos segredos, medos e angústias. Tudo porque estou sozinha no meu mundo, porque olho para tudo, e qualquer coisa me lembra de ti. Se vejo algo fora do sítio (o que é bastante comum), lembro-me do caos que me trouxeste. Ao procurar contactos ou mensagens no telemóvel ou no Facebook, apareces-me tu. Se ouço alguma música, lembro-me das festas passadas do teu lado. Se vejo um filme romântico, lembro-me dos nossos momentos juntos. Se viajo pela galeria de fotos, acabo por encontrar alguma fotografia tua. Ao ver TV, há sempre uma publicidade com alguém parecido a ti. Ao sonhar, encontro-te por lá. Nos meus pensamentos de distração lá estás tu de novo! Sabes o quanto isso me atormenta? Sabes a vontade que tenho de chorar sem o conseguir fazer? Sabes as vezes em que apenas fico a olhar para o Marão, para a parede, para o computador, ou pela janela do quarto ou do autocarro, vidrada, apenas a pensar, às vezes sem sequer me aperceber, em ti? Em nós? Odeio admitir, mas a maior parte dos meus pensamentos são sobre ti, sobre as nossas conversas, sobre os nossos sorrisos, mordidas de lábios, toques, beijos, sobre o teu corpo, sobre os nossos segredos, e até sobre as nossas zangas. Lembro-me do primeiro momento em que te vi... Pensei que não me lembrava, mas lembro. Foi aí que tudo começou. E eu sei que tu também te lembras, porque, aí está: foi onde isto começou... Onde nós começamos...
Estranho como tanta coisa consegue mudar em tão pouco tempo... Entre nós tudo mudou. Digam-me que não, digam-me que é só paranóia minha, mas eu sei reconhecer quando algo muda... E nós mudamos. Fomos de quase tudo a quase nada. Fomos sempre um "quase" sem nenhum nome possível senão este maldito quase.
As memórias podem salvar-nos, ou matar-nos. Lembrar algo que acabou pode fazer-nos chorar, deprimir, ou pode ajudar-nos a superar. Nunca entendi como é que a mesma memória pode ter dois efeitos tão diferentes em alguém. Tudo depende do humor, da força com que alguém acordou naquele dia, ou talvez da maneira como se encara a memória... Talvez a música ambiente, ou a falta dela, também sirva para decidir como encarar a lembrança. Tanto faz. As memórias terão sempre esses dois efeitos opostos nas pessoas. Tudo porque foi bom, tudo porque nunca voltará a ser. Saudade, é essa a palavra que procuro para descrever esta confusão.
Odeio-te e amo-te, pelos mesmos motivos. Fazes-me sentir tão mais bipolar do que já me sinto habitualmente. Fizeste-me crescer, ensinaste-me muitas coisas, e fizeste-me ser fria de novo, como já não sabia que podia ser. Acho que não me arrependo de nada, talvez dependa dos dias. Provavelmente voltaria a fazer tudo de novo, ou até pior ainda... Se calhar corrigia alguns erros, para não me sentir tão mal. Mas pior: provavelmente voltaria para os teus braços se insistisses, voltaria para os teus beijos que eu gosto tanto, voltaria o teu corpo quente que me aconhegou tantas vezes, para esse sorriso que me derrete desde o início, e para os teus (a)braços.
Despedidas nunca são fáceis... Não para mim, que retenho tudo e passo tudo o que passei com a pessoa em replay loop. Não para mim, que tenho todas as datas memorizadas, e gravadas no coração, no cérebro e na alma. Alma essa que, por vezes, tenho certeza de não me pertencer. Lembro-me dela, mas já há muito que não a sinto em mim. Ela simplesmente se foi, como se algo ou alguém a tivesse roubado de mim! Talvez...
Não sinto que isto seja uma despedida... Chamemos-lhe desabafo. Um desabafo que não irás ler, mas que me vai trazer muitos problemas... Para (não) variar. Apenas sei que algo está prestes a mudar ainda mais... Vou fingir que não sinto o que sinto, vou esperar que passe. Pode ser que resulte, embora isso nunca tenha acontecido antes, embora eu não pense que vá acontecer agora... Mas espero que aconteça (às vezes).
Sei que mudei desde o começo, mas que podia eu fazer? É incontrolável mudar quando tanta coisa acontece. Foste descobrindo os meus segredos, o meu lado negro, as coisas mais embaraçosas que tenho para contar, as coisas mais terríveis de que me lembro... E foste ganhando a minha confiança. Já não sei se a mereces. Mas o que te contei, está contado. O que me contaste, está guardado. E o que fomos, estará sempre comigo, onde quer que eu vá. Vou voltar a errar, contigo. E vou continuar à espera de respostas. Mas vou deixar de depender daquilo que me rodeia! Vou começar a contar apenas comigo... Mas se até eu, às vezes, me traio a mim mesma, como posso eu contar comigo, quando quem mais me ajudou a compreender o mundo foste tu?

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