domingo, 10 de novembro de 2013

Uma carta...

Olá Melhor Amigo,

Sei que, provavelmente, estás tão chateado comigo que nem me queres ver à frente, mas eu já não aguento mais! Eu estava chateada, tu ainda estás, já estivemos assim algumas vezes no passado e sempre fizemos as pazes... Nenhum problema foi tão grande o suficiente para afetar a nossa amizade ao longo dos tempos, portanto, porquê começarmos agora a deixar que um problema destes nos destrua?
Bem, eu lembro-me da nossa história. Lembro-me de como nos conhecemos, em que ano, em que sítio. Não me lembro do nosso primeiro 'Olá.', nem da primeira vez que falamos por mensagens ou chamada... Lembro-me vagamente (ou acho que me lembro) da primeira vez em que disseste que me adoravas e da primeira vez em que me trataste por 'mana' e, mais tarde, por melhor amiga (no verão passado). Lembro-me de variadíssimas coisas, e tu sabes que sim... Sabes que não me esqueço de nada!
Já escrevi um texto parecido a este no meu tablet no dia 2 de Setembro deste ano, aquele que leste na piscina, de manhãzinha. Mas isto? Isto é muito mais do que um simples texto escrito por inseguranças, e do que um texto feito para tentar reconquistar-te. Desta vez é uma carta. Uma carta séria, sem segundas intenções a não ser fazer com que fiquemos bem.
A verdade é que as pessoas agem de um certo jeito quando estão magoadas, com raiva ou de cabeça quente. A verdade é que não se pensa no que diz, nem se diz o que se sente. A verdade é que sai tudo pela boca fora, coisas que magoam, coisas que já passaram à história, coisas que não valem a pena ser lembradas... E eu agi daquele jeito (pondo aqueles estados, pondo aquele texto aqui e isso tudo), como forma de descarregar. Não foi para te ofender, foi para ver se me via livre de tanta raiva que tinha, de tanta mágoa, de tanto peso esmagador que estava a sentir devido à mistura de sentimentos, devido a algo que nem eu sei explicar muito bem...
Na realidade, sinto um enorme vazio desde que te foste, tenho um espaço enorme no meu coração por ocupar. Não falar para ti, não poder abraçar-te, não poder desabafar contigo, com o meu melhor amigo, com o meu irmão, está a deixar-me louca. Irrito-me com tudo o que me faz lembrar de ti! Sim, eu sou exagerada, mas tu já me conheces: associo tudo a toda a gente, e é isso que me mete doida!
Eu tentei passar à frente, esquecer. Eu morri por dentro quando li certas coisas, é verdade, daí eu querer e achar que precisava passar à frente. Mas como eu já escrevi: tu conheces-me... Conheces-me melhor do que ninguém, melhor do que eu mesma. Não, não são tretas! Sabes os meus segredos, sabes cada momento embaraçoso meu, sabes certas coisas que me aconteceram que mais ninguém sabe. Logo, sabes que eu não consigo deixar andar... Sabes tudo e mais alguma coisa. Daí teres o valor que tens, daí eu não conseguir seguir em frente e deixar-te para trás, daí eu precisar de ti, do teu abraço, das tuas mensagens, chamadas, voz, perfume, toque, beijinhos, de tudo o que seja vindo de ti!
Todos erram, ninguém é melhor do que ninguém. E quando o arrependimento é verdadeiro, há que se pensar em perdoar. Não sou daquele tipo de pessoas hipócritas que dizem para perdoar mas que nunca perdoam, porque eu perdoo. Perdoo até demais, por vezes. Mas não me queixo, sabes? A minha consciência está leve, fiz tudo o que podia para muitas pessoas que agora não me dirigem a palavra. Sei que algumas pessoas eu deixei ir sem luta, sei que muitas fui eu que as afastei para não as magoar, feita idiota. Mas contigo é diferente! Por mais que diga: 'Acabou! Não luto mais... Deixo andar e se der dá, se não der, então pronto...', sei que nunca será assim. Acho que só te deixarei ir quando acontecer naturalmente, e isto não foi assim. Isto teve a culpa de alguém, portanto luto! Não quero assuntos mal resolvidos na minha vida. Não quero olhar para trás e pensar: 'Devia ter pedido desculpa, devia ter feito mais.', e contigo então, não quero mesmo que isso aconteça!
Tens um valor inestimável! Não te vendia, não te emprestava, não te alugava! Sei que algum dia terás de ir embora, terás de ter uma miúda (se é que não a tens) e aí, vou ter de me calar, já sei. Já aprendi. Apenas te quero feliz, seja como for, com quem for. Sei que talvez venha tarde, mas arrependi-me. Sei que muita gente gostou da minha frontalidade no texto, nos comentários e em alguns estados (e alguns nem eram para ti, apenas me vinham à memória, atenção!), mas por vezes acho que seria melhor se tivesse guardado isso para mim. Talvez tivesse sido tudo mais simples... Talvez a esta hora estivéssemos bem, a falar.
Eu tenho andado a precisar de alguém para abraçar e os melhores abraços que já tive foram os teus. Tu és grande e eu tão pequena que, quando me abraças, fico com a cabeça junto ao teu coração, e os teu braços cobrem-me por completo, afastando-me de tudo o que é mau por aqueles segundos. Preciso das tuas palavras de conforto, de saber que te importas...
Lembro-me que há uns meses (meio ano), estava tudo a ir abaixo... Aliás, tudo foi abaixo! Mas houve um pilar que me manteve de pé: TU! Foste a pessoa que me apoiou, a única coisa que, naquele momento, corria bem, a única coisa que me fazia feliz, era por ti que eu sorria. Era em ti que eu confiava (e ainda confio) a minha vida.
É por isso que preciso que voltes! E a verdade é que também preciso de poder estar lá para ti. Preciso saber que quando estiver mal, te posso ligar, saber que vais atender, pronto a acalmar-me. Saber que quando fores tu a estar mal, eu também vou atender, que vou estar colada ao telemóvel, horas e horas, se for preciso.
Sei que estás diferente, mas eu também estou. Algo está tenso entro nós, e eu quero acabar com isto. Estou farta de passar por certos sítios e lembrar-me de nós, quando estávamos bem. Farta de sentir um aperto quando dizem o teu nome, apenas porque eu não o consigo dizer, apenas porque agora estás longe de mim.
Não preciso de mais nada vindo de ti, a não ser a tua amizade. Eu sei que há volta a dar, porque se eu estou a dar o braço a torcer, já é um grande passo. Não vamos deixar uma amizade de dois anos (quase) fugir-nos por entre os dedos e ser levada pelo vento, como a areia da praia no verão.
Verão... Este e o do ano passado foram os melhores verões da minha vida! Foram passados ao lado do meu melhor amigo, do meu irmão, do meu confidente mais confiável... TU!
Bem, eu tenho vontade de escrever mais mil e uma coisas, mas como sei que não vale a pena, só te quero agradecer, mais uma vez nesta vida, por tudo! Pelos momentos em que estiveste lá para mim, por todos os abraços, pelas vezes em que me fizeste sentir bem comigo mesma, por tudo o que tu sabes que passamos. E também te quero pedir desculpa, porque ao longo destes dois anos, já te magoei, tal como é normal, pois tu também já me magoaste... Involuntariamente magoa-se muita gente. Portanto, desculpa. Do fundo do meu coração.
E, para terminar...

Gosto muito, mas mesmo muito de ti. Tudo o que fiz (coisas que sabes e que não sabes, nem nunca irás saber) foi porque quero que sejas feliz. Verdadeiramente feliz, hoje e sempre.
E retiro o que disse no outro texto: conta comigo para qualquer coisa, a sério. Vou fazer tudo, vou dar tempo ao tempo (ainda mais), para que voltemos ao normal.
Sinto a tua falta, 'Panda'.

Beijinhos,
'Pónei'.

PS - Ainda irás surpreender muita gente, nunca desistas daquilo que queres. A tua família não deixará isso acontecer. Sim, consideraste-me da família e eu, provavelmente, estraguei isso, mas nas famílias de sangue, existem altos e baixos, e os elementos não se escolhem... Tu pertences à minha família, és aquele membro que não pode faltar no jantar de Natal, ou num recital. Pensa bem nisso. Adoro-te.

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